Soneto XIV - Como quando no cálido Verão
Como quando no cálido Verão
A borboleta frágil e delicada
buscando a luz do sol, maravilhada,
Cai ardendo morta até o chão.
Desta arte o meu pobre coração
persegue a graça pura e abençoada
que inunda o doce olhar da minha amada
E quebra em dois a seta da razão.
Chegando, então, ao sol que é mais divino
Brada o deus do Amor em um lampejo
Que assusta o mais valente dos mortais:
Que seja sempre este o teu Destino:
Buscar eternamente o teu desejo
E não poder tocá-lo nunca mais.