Soneto XV - Quando eu sinto de mim ir escapando
Quando eu sinto de mim ir escapando
Os espíritos que de vós recebem vida
Pouco a pouco vejo florescida
A esperança que um dia eu vi murchando
Pois quando saem eles procurando
O bálsamo suave desta lida
Qual a sagrada Fênix renascida
Em vossos olhos vão ressuscitando
E assim nesta rara sutileza
Em que se vão subindo suavemente
Ante a vossa face amena e pura
Sobre mim desce o Amor da sua altura
Pra cantar a graça e a beleza
Que em vós impera assim tão docemente.