Soneto XVI - Eu ardo como em febre, eu ardo como em chamas

Eu ardo como em febre, eu ardo como em chamas

Quando a alma minha atinge intensamente

Aquela doce luz resplandescente

Que aos homens causa espanto e inveja às damas

Oh alma que ardendo inda te inflamas

Eu vejo abrir-se santa e puramente

O niveo céu de Cípria e docemente

Descer o Amor envolto em ígneas flamas

E antes que eu possa agir ou me esconder

Ele vem e te rouba de mim

Voando ao lar sagrado de onde veio

Oh alma minha que posso eu fazer

Com estas mãos mortais a um serafim

Se a minha força é puro devaneio?

Marco Fabricio
Enviado por Marco Fabricio em 27/07/2018
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