Soneto XIX - A Rosa mais formosa que amanhece
A Rosa mais formosa que amanhece
No jardim adornado de mil flores
Que mais deseja a deusa dos amores
Ao ver-te doce dama se emudece
E tomada então de amor, de amor perece
Perdendo o seu perfume e seus dulçores
E a graça e a glória e as suas cores
E tudo quanto a adorna e a enriquece.
Contempla a natureza, envergonhada,
A luz que em teus olhos vai ardendo
Criando nesta alma paz e guerra
Deuses e mortais se tornam nada
E não se encontra um que esteja crendo
Que o céu não se abaixou perante a terra.