SAUDADE

Ao recolher o corpo em confortante

Banco de praça, à beira do caminho,

Sinto o soprar da tarde de mansinho

Cochichar sobre um tempo já distante.

Nesse momento doce e delirante

Torno-me igual ao inseto cujo ninho

Deixou num galho seco... Estou sozinho,

A pressentir oculto acompanhante.

E a presença esquiva se aproxima

Parece alguém a quem se tem estima,

Embora o nome fuja da lembrança.

- Quem és? Contendo o susto que me invade

Pergunto e ouço: - Às vezes, sou saudade

E de quem ainda crer, a esperança.

Erigutemberg Meneses
Enviado por Erigutemberg Meneses em 29/07/2018
Reeditado em 29/07/2018
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