Demônios

Demônios pela mente tomam forma

E vejo quem já fui...como os matei.

Pouco a pouco o espírito transforma,

O vazio extremo como fim serei.

A força vacilante que reforma

O nada se movendo, como sei

Da imagem enganosa que conforma

Mortos sorrindo - mas não sorrirei.

As carnes apodrecem no meu rosto

E quando a mente teima à esperança

Gestar, quem sabe, um sonho recomposto,

Reage a lucidez por segurança

e das entranhas dum útero exposto,

aborta ventre a fora essa criança.

Renan Ivanildo
Enviado por Renan Ivanildo em 03/08/2018
Reeditado em 28/08/2019
Código do texto: T6408406
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