Soneto XX - De todas raridades, a mais rara

De todas raridades, a mais rara

De todas as belezas, a mais bela

Tal que vendo a graça e a glória dela

a própria Perfeição a invejara.

Uma deusa da cor da neve clara

descida entre as nuvens tão singela

não há quem possa um dia olhar pra ela

E chamar ainda de sua a vida cara.

Tem ela um olhar santo e distinto

De fazer o abismo cintilar

E a densa escuridão resplandecer

E o mel tornar amargo e doce o absinto

E o Céu tremer e o Inferno se acalmar

E a Lua encobrir e o Sol escurecer.

Marco Fabricio
Enviado por Marco Fabricio em 04/08/2018
Reeditado em 05/08/2018
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