Resgate
Redescubro num recanto de mim
lembranças que a insônia traz no vento
nas madrugadas do meu desalento
pondo aroma de orvalho no capim.
Sou resgate de mim, dos meus temores,
na tortura das noites mal dormidas;
como a sede no cão lambe as feridas,
suspeito a morte no cheiro das flores.
A noite pinta a natureza-morta
com essa palidez de inconsciência,
como a dizer que nada mais importa
além da languidez da sonolência,
mas há um medo em mim que não suporta
os meus delírios de dor na tua ausência.