NATUREZA VIVA
O chão moleque sorrir,
Quando ela passa faceira,
E até o olhar aligeira
Entre o que é dado proibir.
A saia leve no ir
E vir do andar é roseira
Que a primavera inteira
Se acanha por não florir.
Nada sutil e travesso,
Ao vir a moça do avesso,
Cede o chão à insensatez
De um mortal: se encanta
E a transforma em planta,
Abre-se, aterra seus pés.