EM UMA TARDE DE AGOSTO (soneto)

Agosto. No cerrado. Abro as janelas

Sob o céu calado, e poucas nuvens,

Invernado. Flutuam cinzas penugens,

Das queimas, sobre flores amarelas (dos ipês).

Pra quem as vês, as fazem de reféns,

Do belo. Caindo ao clarão das estrelas.

Ao vir o vento, se abri ao vento as velas,

Em um balé de harmonias e de poréns...

Por que, horizonte tão gigante e distante,

Se a angústia é semblante, não arrogante.

E me fazes por um instante, profanidades.

Porém, olho o céu deserto, e o vejo triste,

E minha alma insiste, e no amor consiste.

Inverno... chega à noite e é só saudades...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

2018, agosto - Cerrado goiano

Olavobilaquiando

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 20/08/2018
Reeditado em 30/10/2019
Código do texto: T6424930
Classificação de conteúdo: seguro