Descompasso

Para as coisas da vida não tenho tanta pressa mais

Pois sei que ela é eterna e a morte passageira

O tempo, célere e constante, não repara nos ais

Que dizemos a todo instante e de toda maneira.

Somos átimos e queremos na existência,

Ser macros cada vez maiores e mais vazios

Que perdem, crescendo, a divina essência

Da qual somos parte, tal qual gotas nos rios.

O tempo não para e, se não podemos estacionar,

Também não podemos sequer alcança-lo;

Então, qual o porquê da vida que estamos a levar?

É preciso ir com calma e observar cada halo

Que circunda os astros do infinito espaço

E, olhando-os, encontrar o que se perdeu no descompasso.

Cícero – 21-08-18

Cícero Carlos Lopes
Enviado por Cícero Carlos Lopes em 02/09/2018
Código do texto: T6437593
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