Soneto XXV - Depois de tantas noites mal dormidas
Depois de tantas noites mal dormidas
Depois de tantos dias só pensando
Naquele olhar sagrado e lindo e brando
Que as estrelas tem em si já escondidas
Dez mil eternidades concedidas
Juro, não bastariam pra ir cantando
Por onde e como e quanto e quando
Roubou-me o Amor, pra sempre tantas vidas,
Oh desejo sublime e celestial
Que com fúria louca e calma manifesta
Me enches de tão duro desarranjo!
Oh Amor, tu já me deste por meu mal
Mil penas mas nenhuma como esta:
Que um homem se apaixone por um anjo!