Soneto XXVI - É pouco uma só alma, pouco uma só vida

É pouco uma só alma, pouco uma só vida

Pouco um só corpo, pouco um coração

P'ra arder no fogo eterno da paixão

que a própria Morte tem já consumida

E é pouco a eternidade e desvalida

P'ra dar tudo o que tenho à rendição

E pedir da vida minha, compaixão,

Que para amar-te apenas foi nascida.

Pois não me vale o ar que eu respiro

Nem estes pobres versos que componho

Com a mão que sangrando alívio lavra.

Nem me vale este último suspiro

Pois sem ti o amor é só um sonho

E a vida nada mais que uma palavra.

Marco Fabricio
Enviado por Marco Fabricio em 12/09/2018
Código do texto: T6446786
Classificação de conteúdo: seguro