Soneto XXVII - Tão suave não é nem tão formosa
Tão suave não é nem tão formosa
a Aurora na idade sua amada,
em luz envolta toda e marchetada,
do céu saindo pura e graciosa.
Nem tão amena ri, tão deleitosa,
a alegre Primavera delicada
de mil diversas cores esmaltada
em seu regaço fresca e amorosa.
Nem há que mostra possa a Natureza
tão bela e tão gentil à vista humana
pelo vento, terra, mar ou céu aberto.
Como é só pra minha alma esta beleza
maravilhosamente soberana
que sonhar me faz ainda desperto.