Incauto
 
A lua me chama, eu tenho que ir pra rua
Lenine


Toma tento, ó alma imprudente!
É chegado o tempo da avença,
de cuidar da chaga recente,
atentar à calma à sentença.

Nem sequer sedou dor intensa,
já te vais voraz, recorrente,
atender a sonsa inclemente,
que te incita a nova querença.

Só os tontos ela arrebanha,
afundados na fantasia
de que amor se tem por façanha.

Pois assunta, ó alma sem guia:
se à rua, a Lua te chama,
sê um surdo a essa vadia!