A CIGARRA

Às estações propícias, primavera

E verão, as cigarras num só coro

Unem-se com intuito de namoro...

- Esbarram-se entre as árvores; quem dera?

Tão estridente o macho, mais sonoro

E ameno o canto da fêmea na espera

Entre as ramagens... quando não modera,

Dá-nos a impressão de um lúgubre choro.

Talvez adivinhando chuva, diz

Um antigo ditado popular;

Crente, o homem do sertão vê-se feliz.

E feliz, mais à crença ele se agarra...

Mas, com o intuito de se acasalar,

É mais que nobre o canto da cigarra!

Roberto M Braga
Enviado por Roberto M Braga em 23/09/2018
Reeditado em 24/10/2019
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