ALMA LIBERTA

A minhalma das sombras regurgita

a esperança, defunta putrefeita.

Imagem da presença parasita,

das entranhas, orgânica desfeita.

E cabendo enfim no corpo que habita,

vê a vida na forma imperfeita

que realmente tem e delimita

como se pode dar por satisfeita.

A morte enfim percebe do seu lado,

é onde sempre esteve - sombra viva

no caminhar concreto, articulado

com sua sorte frágil, transitiva.

Pode medir assim o passo dado

antes da queda certa e gradativa.

Renan Ivanildo
Enviado por Renan Ivanildo em 10/10/2018
Reeditado em 31/12/2018
Código do texto: T6472345
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