ARIDEZ

Vagueia minha voz, enfraquecida,

a conduzir dilemas num deserto

porque quando te encontra é repelida,

lançada no amargor de rumo incerto.

Deixaste-me a visão enturvecida,

de areia sufocante recoberto

o solo onde a quimera destruída

agora jaz sem ter a luz por perto.

Prostrado ante os flagelos infinitos,

enfrento a cada passo os mesmos ritos.

Inúteis! Novamente me torturo...

Seria bem melhor se, pelo menos,

tu respondesses súplicas, acenos

dizendo 'não', pois o silêncio é duro!