Soneto para Édina
Vivacidade no coração satânico
Pranto nos belos olhos tidos pretos
Incêndio na alma dos seus defeitos
Rio de sangue no Caronte titânico.
Tem piedade de este sofrer tirânico
Num rosto as lágrimas dos seletos
No fogo dos versos espelhos retos
Quando nas chamas deste dinâmico.
És chama quando declamas ao silvestre
És neve, e como ardes no fio do mestre
Que te deu Amor sem nada em troca.
Pois na têmpera da vil tirania secular
Na gélida ardente palavra a espalhar
A flama fria do amor imortal que toca.
DR FLYNN