Um quase soneto sobre o cotidiano
Socorro, a vida normal tem boca grande
bocarra intempestuosa e de desmandos
Sua lingua por mais que sempre mande
outras idas, só ouço meu pé me levando
Eu não te sigo iludida vida, só sonhando
mas realidade, feliz ou não, quer o cante
Toco alto e não obedeço o seu comando
só da viola caipira e o aboio do berrante
A viola inspira todo sopro que é pulsante
assim como o sopro da vida, que errante
em rio acima, no meu aboio está soando
E soa tanto, que a vida tão normalmente
unida ao tempo, só sabendo ir em frente
acaba vendo que viver é estar dançando
Um quase soneto sobre o cotidiano
27-11-2018
13h02min
(Murillo diMattos)