VENENO

O veneno do amor é mel silvestre

De abelha selvagem que habita

As entranhas de uma flor campestre

Que segregada ao toque se agita.

Nem a peçonha de áspide terrestre

Ou de um asteróide mais excita

O aprendiz, ao ver que até o mestre

Provando o mel da abelha se conflita.

Em seu estranho modo o veneno,

Agindo nas entranhas, o mais sereno

Coração pulsa lento ou ligeiro.

É que se o peito sem controle para

Em um momento, noutro ele dispara,

Morrendo e revivendo o tempo inteiro.