Soneto das 18 horas

Ao amigo Raimundo Soares

(In memoriam)

Blém, blém, blém, blém... bem longe chora o sino,

Em sons derrama as mágoas de meu ser,

Água lenta dos olhos a correr,

Deste manancial de meu destino.

Vejo o sol nascer desde pequenino

E se desloca para o anoitecer,

Mas nada muda aqui, dá pra antever

Cada corda quebrada do violino.

Ontem uma quebrou, partirá outra

Amanhã, sem vestígio algum de afouta,

Dilacerada minha alma arrefece...

Em cada amigo morto eu morro um pouco,

Enquanto o violino fica rouco

E o silêncio do nada recrudece.

Aracaju-Sergipe, 30/12/ 2018

Um Piauiense Armengador de Versos
Enviado por Um Piauiense Armengador de Versos em 30/12/2018
Reeditado em 30/12/2018
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