Alisson, dos doze aos catorze

O tempo passa mas a carne é concreta

Minhas feridas são as mesmas de amanhã

Porque foram feitas pela faca tão reta

Que de linha fez curva e nós a criamos sã

Eu que de tão viva pensei até que existia

Pois eu não via que era espelho de mim mesmo

Insisti nesse pecado dessa euforia

Fui de modo plana como só é um espelho

Vejo teu olho olhando o meu feito ferrolho

Pelo qual se vê e se muda meu mundo

Libertando o que Prometeu viu em seu olho

Faço esse soneto com o sangue da veia

Acorrentada às lágrimas de mar profundo

Só não o torne um belo canto de sereia

Luíc Araújo
Enviado por Luíc Araújo em 05/01/2019
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