Sou feito de matérias incompatíveis
Que um deus atrapalhado misturou.
Daí enfrento as dores mais horríveis,
Tentando administrar o que eu sou.
 
A minha alma é uma centelha de luz,
Que poderia brilhar feito uma estrela,
Mas o corpo é uma prisão que a reduz,
Á um pontinho que mal consigo vê-la.
 
Por isso, quando eu estou acordado,
Sou escravo da lógica, da constância,
Só buscando aquilo que dá resultado.
 

Mas quando durmo e o corpo relaxa,
A consciência arrefece sua vigilância,
E vejo que ela é centro d'uma galáxia.