Coração na areia - soneto.

Hoje cedo rabisquei teu coração na areia fina.

Pus-me distante a contemplar as brumas a beija-lo.

Entretido fiquei horas que passavam lentamente.

Uma onda mais bravia levou teu coração de mim.

Levando as reminiscências para as encapeladas

E revoltadas labirínticas maretas atassalhando

Os meus belos momentos de lembranças tuas

Que ficaram submersas a relembrar os fatos.

Meus olhos marejados e ofuscados, gritavam

Por socorro que pudesse amparar teu cerne

E a flor que com ele em redemoinhos aflitos.

E com as forças já perdidas nas guerreadas.

Simplesmente entregavam-se aquele final

Sofrido, aturado e atroz que pranteava a dor.