Senescência
Ao teu olhar sou só decrepitude
Um velho tolo a dizer besteiras
Com quem não falas mais tão amiúde
Que só recebe atenções ligeiras
No esplendor de minha juventude
Era tratado com outras maneiras
Não compreendo tua atitude
Às vezes penso que são brincadeiras
As tardes passam sem nenhuma urgência
Fico sozinho com meus pensamentos
E à quietude sobrevém o sono
Faço dos sonhos viva consciência
Eu não mereço como tratamento
A triste sina desse abandono