Volátil

Escolhi vestir-me de plumas,
não de ouro como as outras, pesada.
Não sou notada na festa, pouco importa.
Flutuo invisível. Prefiro, me basta.
 
Sem peso, alheia e abstrata,
meus pés tocam de leve a terra
e o vento, ainda que inexistente,
apaga minhas pegadas.


Do passado precioso, juntei retalhos,
fragmentos que remendo,
paraquedas no meu voo solitário.
 
Distraída, lanço à sorte os dados
o futuro é apenas contingência
não há certezas, só presságios.
 
Melisas Ribeiro
Enviado por Melisas Ribeiro em 18/02/2019
Reeditado em 18/02/2019
Código do texto: T6578436
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