QUANDO A CHUVA CAI NO MAR.

Quando a chuva cai no mar que serventia isto tem

Se perguntar não ofende me perdoem a indiscrição

Não que eu seja um bobalhão é mera curiosidade

Para o homem da cidade isto nem importância têm.

Eu venho lá da caatinga onde o mato seca sempre

E a gente faz promessas que nem sempre é ouvida

E naquela vida sofrido quando ficamos frente ao mar

Nos pegamos a perguntar porque aqui tem tanta água.

Se eu fosse feito de mágoas seria maior que oceano

Em meio aos desenganos que me assolam sem parar

Insisto sempre em confortar estas minhas desilusões.

Não busco consolações pois tenho destreza de sobra

Sugo o veneno da cobra quando esta me surpreende

Duma mulher ardilosa, peço a Deus que me defenda.

PUBLICADO NO FACE EM, 21/02/2019

LUSO POEMAS 21/02/2019