O JOVEM MARINHEIRO


Ele veio de longe, de outro mar
De outra terra, de outro céu, de outro azul
Tão fugitivo de calamidades
Dessas que ninguém sabe, ninguém vê.

Ela também tão jovem, gorro azul
De azul marinho, não o marinho
Do jovem marinheiro já em fuga
Da própria história. Ah, mar translúcido

Mar de exílios, mar de tempestades
Que se carregam no olhar para sempre
Vida afora, quase sem disfarces.

Navios de ganhar e de perder
Loucos desejos gritando na noite
Só escutados décadas depois.


Pois e, meu caro, e apos todas essas decadas venho ainda saudar-te... saudar-te, ainda uma vez, esta vez.