QUE VENHA A REDENÇÃO

O pano apodrecido da camisa

Estampa uma rotina de flagelos

Que atrai brutais repulsas, ojeriza

Dos que desfrutam anjos e castelos.

Rotina desde o feto, o breu cativa

Às cordas da miséria e seus severos

Arreios que atam brio em carne viva

E sangram esperança a golpes feros.

Silêncio de quem pena atroz pobreza

Fervilha em fibras, nervos lentamente

Inflando raiva e dor insuportáveis.

Sairá, senhores áureos da riqueza,

Dessa aflição calada, incandescente,

O grito redentor dos miseráveis.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 06/03/2019
Reeditado em 06/03/2019
Código do texto: T6591048
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