Framboesa
Dez vezes morri,
Para que na undécima viesse a acontecer:
A Epifania que leva o jardim a florir,
Matando os vermes e as pragas do sofrer.
A primavera eterna pôde vir!
Ensinando-me as venturas do Viver;
O ponteiro do relógio vi no chão cair,
E nunca mais tive medo de perder.
Então galopei, sem pressa ou pausa com a beleza,
Sobre as nuvens de ouro e framboesa,
No alvo dorso de Pégaso.
Compreendi, a perfeita simetria da natureza,
Joguei no mar infindo minhas velhas certezas,
E ganhei da Grande Musa o cinzel de Dédalo.