A mulher adúltera / Levada em fúria erosão.

Ela era pedra preciosa não lapidada,

Jogada em praça pública a ser vil julgada.

Seria assim, sumaria certeza, depredada,

Tratada com erro pelo erro e sem perdão.

Por ter sido pega em adultério flagrante,

Fora arremessada e posta em mostra excruciante.

Mas, interposta por figura fulgurante,

Teve o amparo e os aparos de certeira mão.

Levada em fúria erosão como pedregulho

Desvalorizado por homens de alto orgulho,

Recebeu de Jesus singela orientação:

– Segue e, do derradeiro erro, não coadune.

Sobra o homem que adulterou com ela, impune,

Mas o ourives Cristo lhe aguarda o coração.

Le Oliva
Enviado por Le Oliva em 08/03/2019
Reeditado em 17/03/2019
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