Anoitece
Anoitece. Lá fora silenciosas vagueiam,
as almas, solitárias por este prado...
Ecoam risos e lamentos dos que pranteiam,
ecoam, merencórios, os cânticos do fado.
Ai que deste peito não apagues venturosa,
o círio da crença que nele inflama...
Senhora, tu sabes, frágil como à rosa,
tu sabes, que é o coração de quem ama.
Novamente, sentir, angústia tua pluma,
nas horas que o tédio cai como a bruma,
nas horas que o silêncio ecoa pelos ares...
Minh'alma perdida na vastidão,
lá se vai como à ave na imensidão,
vagando pelas noites tumulares.