Anoitece

Anoitece. Lá fora silenciosas vagueiam,

as almas, solitárias por este prado...

Ecoam risos e lamentos dos que pranteiam,

ecoam, merencórios, os cânticos do fado.

Ai que deste peito não apagues venturosa,

o círio da crença que nele inflama...

Senhora, tu sabes, frágil como à rosa,

tu sabes, que é o coração de quem ama.

Novamente, sentir, angústia tua pluma,

nas horas que o tédio cai como a bruma,

nas horas que o silêncio ecoa pelos ares...

Minh'alma perdida na vastidão,

lá se vai como à ave na imensidão,

vagando pelas noites tumulares.

ThiagoMac
Enviado por ThiagoMac em 23/03/2019
Código do texto: T6605544
Classificação de conteúdo: seguro