Soneto aos mestres
Urrem-me formidáveis astros
Não basta dor que se console?
Neste frio imenso que acolhe
Meus olhos murmurosos e vastos
Que resta-me senão dor?
Na juventude, a libertação
Trovas e versos em vão
Pontas secas, traços sem cor
Ao sopro, serei atento?
Aprendiz, vocábulo faminto
Em memória, o contraponto
Mestres, há no mundo desalento?
-Escreva, posto que serás distinto!
Se foram, em minh'alma, sinto-me pronto!