Metamorfose
Transvazei infernos ao cair do dia
Gotejando mágoa que virou cicuta.
Tornei desprezo em amor de puta,
Escombro em rebuscada arcaria.
Metamorfoseei a própria anatomia
Almejando lapidar a pedra bruta.
Desafiei a física quântica nesta luta,
Meu pedaço cintilante de alquimia.
Visitei imensos sóis incandescentes,
Peregrino pelos cinco continentes
Expurgando o mal que me consome.
Implorando aos céus por piedade,
No peito, o punhal de uma saudade
De um Amor que nunca teve nome.