AMOR DE INFÂNCIA
Já vai distante a minha mocidade,
Os verdes anos que a vida leva embora,
Um amor que eu tive, tão puro e sem maldade,
E que a vida levou de mundo afora.
Um ledo amor, daquela tenra idade,
Que se perdeu, nem sei onde é que mora,
Que, às vezes, vem nas asas da saudade
Trazer lembranças do tempo de outrora.
Pois esse amor – que não correspondido –
Foi o mais belo, ingênuo, mais querido,
Talvez aquele que mais dores me deu.
Já vai distante a carta apaixonada,
Que eu encontrei, perdida na calçada,
Que ela rasgou, cuspiu, nem sequer leu.