AMOR DE INFÂNCIA

Já vai distante a minha mocidade,

Os verdes anos que a vida leva embora,

Um amor que eu tive, tão puro e sem maldade,

E que a vida levou de mundo afora.

Um ledo amor, daquela tenra idade,

Que se perdeu, nem sei onde é que mora,

Que, às vezes, vem nas asas da saudade

Trazer lembranças do tempo de outrora.

Pois esse amor – que não correspondido –

Foi o mais belo, ingênuo, mais querido,

Talvez aquele que mais dores me deu.

Já vai distante a carta apaixonada,

Que eu encontrei, perdida na calçada,

Que ela rasgou, cuspiu, nem sequer leu.

Caio César Muniz
Enviado por Caio César Muniz em 21/09/2007
Código do texto: T662275
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