ESTAÇÃO PERSISTENTE

Pudores e reservas desnudados.

Desfilar de corpos em vivas cores.

Manso refém de hábitos recatados,

cubro-me no verão com minhas dores.

O eixo do planeta deslocado,

opera na mudança dos humores.

Ao inverno também não fui convidado,

persisto recolhido, qual as flores.

Pois que falta-me a coragem do outono!

Abdicar da vida em agudo tono.

Prefácio de desconhecidas eras.

Mas se nem o calor, o frio ou a morte

ousaram enfrentar ingrata sorte...

Reina em mim langorosa primavera!

*Em inteiração ao soneto

Primavera Langorosa,

de Poeta Carioca.

Fonseca da Rocha
Enviado por Fonseca da Rocha em 04/05/2019
Código do texto: T6638853
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