Lágrimas
Negro manto que no céu se abre,
sem o brilho do astro lá no centro.
Ficas o meu ser mas tu não sabe,
como tu, assim, também por dentro.
Ainda vê-lo quero em noite quente,
que a vida é breve pra vivê-la com desdém...
E nossos dias findar-se irão infelizmente,
fúnebre o vento que a sopras pro além.
Por isso ficas o meu ser ao ver-te longe,
sereno e plangente no silêncio d'um monge...
Estes versos trago-lhes pra te dizer:
Que de esperar-te tanto até clamo,
e às lágrimas aqui que eu derramo,
tu, somente tu, é quem as vê.