Elêusis

Faz muito tempo... O bosque verdejando...

Às vezes lembro-as, ninfas tão formosas,

livres à beira d'água e ao sol folgando,

qual ramos de inocentes, castas rosas...

Da mata entre as ramadas silenciosas,

eu, fauno impúbere, erro à toa quando,

de repente a visão: frutas mimosas

e algodões negros, de ouro, irradiando...

Em pés de lã, mais perto chego. Observo...

Tudo ali me encantava e me prendia,

mas um vulto agitou-se lesto... um cervo!

Houve assombro e aflições e correria...

Receando um olhar, quedo me conservo.

E, após... um vento... um chilro... a calmaria...

Reginaldo Costa de Albuquerque
Enviado por Reginaldo Costa de Albuquerque em 02/11/2005
Reeditado em 04/04/2010
Código do texto: T66431