Saudosa ouço-te bradar
Saudosa ouço-te bradar doirada harpa,
melodias d'outrora em meu caminho...
Nascem como flor silente na escarpa,
como pássaro que vagas p'lo céu sozinho.
Vão as horas lentamente a passar,
eu vejo, solitária, uma sombra...
Com certeza não contemplas o luar,
nem sonha caminhares na alfombra.
Os teus olhos como o céu sem brilho,
umedeceres, sente-lhes ainda...
- Sombra que sonha e chora neste trilho.
Alegres e tristes os que aqui tu vês seguindo,
como tu, terão quando se finda,
solitário um esquife e às lágrimas caindo.