Em minhas costas arde um ferro quente

Em minhas costas arde um ferro quente

marcando uma figura bestial

-- Que figura? Pergunto-me, afinal.

Alguma coisa horrível e doente.

Mas chega! Sigo copiosamente

tentando me livrar desse metal.

Ele é firme, ele é cálido, infernal,

cego igual bicho, fero feito gente.

Nem deixa que se forme a cicatriz.

É a culpa indelével dos passados,

fantasmas assombrosos do que fiz.

Momentos dos meus erros mais pesados

colocam minha vida por um triz.

Momentos! Eis a força dos pecados.

24/5/2019

Malveira Cruz
Enviado por Malveira Cruz em 27/05/2019
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