MÁGOAS

A minha mágoa hoje é cinza pálida;

O choro que me és quase mudo.

Nos crisântemos de ternura cálida,

Murchou as pétalas antes de veludo.

A minha mágoa é rio que transborda;

Noite fria, noite que rouba-me os dias.

Minh'alma em luto, de ti, recorda...

São verões sem sóis, madrugadas frias.

Ando a vagar pelos cais em tristeza,

Na face, as agruras do amigo tempo

O atroz tempo que robou-me à beleza.

Tenho as mágoas de todos os mortais;

Sobre o peito um cemitério de poetas

Toda poesia morta dos versos essenciais.

Cristina Milanni
Enviado por Cristina Milanni em 04/06/2019
Código do texto: T6664956
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