6887-PMMG completa 244 anos-Noneto-Poético Nº 149-Soneto Nº 6887-Por Acadêmica Silvia Araújo Motta/BH/Brasil

6887- POLICIA MILITAR DE MINAS GERAIS

Completa 244 anos, em 2019. PARABÉNS!

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Noneto-Poético Nº 149-Soneto Nº 6887

Ao Cmt Geral PM Giovanne Gomes da Silva

e a todos os Militares da Ativa e Veteranos.

Por Acadêmica Silvia Araújo Motta/BH/Brasil

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P. (pê) M.(ême) M.(ême) G.(gê) faz por DEFESA,

tem disciplina cumpre bem MISSÃO;

busca excelência, enfim, nos dá a certeza.

Corporação prepara o bom PLANTÃO.

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O Comandante mostra a trilha acesa:

Boina Marrom, Rotam ou Choque...Ação

Na liderança, PLANOS, sem surpresa;

É criativo, a todos pede UNIÃO.

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Do Tiradentes segue a luz do herói;

valor maior, exemplo, vez perfeita:

_Experiência, tempo não destrói.

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Renovação, passado não esquece!

Tecnologia, hoje é bem aceita.

Nossa PM, aplausos mil merece.

---Parabéns por 244 anos!---

Belo Horizonte, MG, 09 de junho de 2019.

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https://www.recantodasletras.com.br/sonetos/6666710

https://academiadeletrasdobrasildeminasgerais.blogspot.com/2019/06/pmmg-completa-244-anos-noneto-poetico.html

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(*)Soneto-Clássico-sáfico-heroico; com sílabas fortes na

4ª, 6ª, 8ª e 10ª sílabas - Rimas: ABAB, ABAB, CDC, EDE;

Noneto com 9 solos: jogral-teatral-toante-cantante-poético:

CORO:Rimas: AACEE-somente uma voz com apenas 5

instrumentos musicais . SOLOS: Rimas: BAB-BAB-DC-D;

9 vozes acompanhadas por solos de instrumentos musicais.

(Noneto musical criado por Villa Lobos). (Noneto poético

recriado por Silvia Araújo Motta). Mensagem conclusiva

no 14º Verso (Último do segundo terceto).

Belo Horizonte, MG, 4 de junho de 2018.

Email:clubedalinguaport@gmail.com

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BATALHÃO ROTAM-BOINAS MARRONS EM BH-MINAS GERAIS

Homenagem-Acróstica Nº 6346

Por Silvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil

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B-Batalhão ROTAM, fundado, em 1981 é

A-A unidade de Reação do Cmt. Geral/PMMG;

T-Trinta e cinco anos depois, o Fundador,

A-Agora reformado Cel. Klinger Sobreira de Almeida

L-Lembra detalhes da idealização e útil criação:

H-Havia a criminalidade mais pesada, em

Ã-Ascensão no início da década de oitenta...

O-O que ele fez para a Comunidade foi por amor:

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R-Reconhecer Mandamentos para serem cumpridos.

O-O Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas

T-Traz a marca:_ "Aqui não se cultuam os fracos."

A-A Oração, o fervor no sentido da bravura emana

M-Mostrando placas, nos espaços e corredores...

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B-Bem dotado de Recursos Humanos e Materiais,

O-O Comandante Ten.Cel. Giovanne Gomes da Silva

I-Informa aos militares, autoridades e familiares

N-Novas tecnologias empregadas nas Operações;

A-Apresenta o Sistema (DTS), modernas viaturas,

S-Seus armamentos, fardamentos com atuações entre

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M-Muitos desafios com balanço positivo na PMMG:

A-A captura de presos perigosos, operações de choque,

R-Reintegração de Posse, controle de tumultos, combate

R-Referencial ao crime organizado, escoltas especiais,

O-O trabalho inteligente de intervenção em eventos críticos;

N-Na apresentação da criminalidade violenta, o Coronel

S-Shubert sempre lembra o lema dos ROTANIANOS!

---A Equipe de Klinger foi a 1ª a usar as boinas marrons!"---

Belo Horizonte, Minas Gerais , Brasil, 16 de abril de 2016

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http://www.recantodasletras.com.br/acrosticos/5972199

http://academiadeletrasdobrasildeminasgerais.blogspot.com.br/2017/04/batalhao-rotam-boinas-marrons-em-bh.html

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BOINAS MARRONS

– Como Tudo Começou –

Fim de julho, 1979. 2ª feira. Concluído o CSP, retorno de São Paulo. Belo Horizonte em convulsão: greve da construção civil; carros incendiados, inclusive viatura dos bombeiros.

Sou convocado pelo Cmt. Geral: - “Assuma o comando da capital e controle a situação”. Surgia o Batalhão de Choque provisório. Cias de Choque dos 1º e 7º BPMs; duas Cias de alunos CFAP, um Esquadrão de Cavalaria e um de Radiopatrulha e a Cia de Polícia de Cães. Greve administrada, e outras emergem em cascata: comerciários, bancários, motoristas, funcionalismo público etc. Era, após o fim do A5, a ruptura do vulcão social represado. Conseguimos dominar as turbulências – passeatas sem quebradeiras nem incêndios. Muita energia e parlamentação, inclusive com o líder sindical que despontava: Lula.

Segunda quinzena de agosto! Ainda em uniforme de combate, no entrevero das refregas, fiz um relatório-crítico ao Cmt. Geral. PMMG precisava de um Batalhão de Choque. Proposição aceita, mas que, à luz da então legislação, dependia de aprovação do EB, que só saiu em meados de dezembro. Nesse interregno, assumi

o comando do 1º BPM. No início de janeiro, 1980, instalei o Batalhão de Polícia de Choque, no antigo quartel do CFAP, rua Dr. Gordiano, Prado. Escolhi a tropa. Do 1º BPM: Cia de Choque, Cia de Polícia de Cães e Grupo de Operações Especiais-GOE. Do 7º BPM: Cia de Choque. Do BPRp: Patrulheiros que me acompanharam no Batalhão Provisório. Do BPTran e 14º: hábeis motociclistas. Lembro-me dos primeiros oficiais e praças: Maj. Amauri, capitães Lacerda, Terra, Gomide, Dalmir, Renato Melo, Rubim; tenentes Eleutério, Moreira, Calcagno, Bahia, Maurício, Rúbio, Severo, Romes, Wadson, Antônio Luiz, Adilson, Jadir, Davidson, José Augusto; sargentos Foureaux, Wanderley, Baroni, São Joaquim, Jairo Shinerley, Kleber, Costa, Ubiracy e Carmo (este veio do 14º BPM para treinar o Esquadrão de Motociclistas); cabos Baroni, Ubiratan e Ubirajara; soldados Paixão, Lacerdino e Unaque... Não me recordo do nome de todos, mas eram dezenas que conhecêramos de pretéritas jornadas.

Estruturamos as primeiras Escolas de Recruta. Implantamos a filosofia de trabalho – cada choquiano recebeu a cartilha: O MEU BATALHÃO DE CHOQUE. Treinamento árduo: correr, saltar, pular, escalar e atirar. Mas, respeito à dignidade humana. E a canção da unidade (letra do TC Felisbino Cassimiro Ribeiro e música do Major Dolarino Pereira da Rocha) era entoada com entusiasmo invulgar, simbolizando, no estribilho, nossa postura em ação: “Mesmo o inferno cuspindo a metralha, venceremos no choque a batalha...”

Vencidos os tumultos de 1980, nossa tropa, reconhecida por seu valor, permanecia aquartelada, saindo esporadicamente para policiar grandes eventos. Enquanto isso, a criminalidade violenta golpeava a RMBH: assaltos a mão armada, latrocínios, sequestros... Sonhamos e começamos adestrar a experiente tropa – uma simbiose de velhos patrulheiros e soldados novos, criteriosamente treinados – para o combate à criminalidade da pesada. Era a ROTAM que se desenhava em nossas mentes. Em princípio de janeiro, 1981, quando o Cel. Coutinho – comandante de rara inteligência, que acreditava no poder da polícia de patrulha para conter a criminalidade em expansão – assumiu o Comando-Geral, apresentei-lhe o plano de criação e implantação das Rondas Táticas Metropolitanas, empregando uma Cia de Choque adestrada para patrulhamento motorizado, com o escopo exclusivo de combater a “criminalidade da pesada”. O recurso humano – super adestrado eu já dispunha – porém necessitava de 20 viaturas tipo presídio e doze motocicletas possantes. O Cmt. Geral se entusiasmou. Comprou e entregou-me as viaturas adequadas. Lançaríamos as ROTAM, publicamente, em 04Fev81. As motocicletas vieram tempos depois, via contatos do Cel. Coutinho. Recebemo-las por intermédio do Presidente da Caixa Econômica Estadual – Dr. Júlio Laender – e o nosso Plano de Prevenção e Repressão a Assaltos a Bancos-PPRABAN ganhou eficácia plena para tranquilidade da população.

Companhia ROTAM/BPChq, tropa pioneira: cada patrulheiro deveria ostentar um visual diferente; uma marca que fixasse na mente da opinião pública uma imagem forte. O que fazer diante dos recursos escassos? A PMMG usava, à época, no patrulhamento, quepe ou capacete. Tentara anos antes o uso de boinas marrons, chegando a adquirir cerca de mil coberturas que, repudiadas, estavam em depósito no SIMB. Mandei buscá-las, assim como cordões tipo alamar, da mesma cor. Tudo combinava: cintos e coldres, cadarço de amarrar nas pernas, enlace da arma em cordão até o ombro direito e coturnos; e a Boina Marrom, aditivo de cobertura a ser usado com elegância. Faltava um detalhe: nosso uniforme de combate caracterizava-se por gandola com mangas até o punho. Tropa alinhada, e instrução sobre a aposição da boina, recomendamos: cada um vai pedir à esposa ou namorada, ou mãe que transforme essa gandola em mangas curtas. Aplausos!... Próxima formatura para checagem: tropa ao lado das viaturas novas, e um uniforme cáqui diferente: gandolas de mangas curtas; dos coturnos à cabeça, tudo marrom. E a ansiedade para começar, porquanto diretriz do Comando Geral nos destinara um canal exclusivo no COPOM, e a comunidade aguardava ação para erradicar os bandidos.

No percurso para lançamento das ROTAM, um incidente. O BPChq, um tigre no campo, e uma forja de manuais práticos, que orientavam os detalhes das ações: Abordagem, Busca e Identificação; Condução de Presos e Escoltas Diversas. Nessa fonte, editamos o MANUAL DE PROCEDIMENTOS/ROTAM. Este estabelecia as linhas mestras do patrulhamento preventivo e/ou repressivo, no qual criamos o termo RASTREAMENTO, que impunha aos patrulheiros a persecução incessante dos delitos que deixassem indícios ou pistas de autorias. Nosso guia escrito, não sabemos como, chegou às mãos da cúpula da Polícia Civil que, por interpretação distorcida, entendeu que a futura ROTAM usurparia as prerrogativas de investigação inerentes à sua corporação.

Assim, programado o lançamento, o Cmt. Geral convocou-me para reunião no gabinete do Secretário de Segurança Pública – Cel. EB Amando Amaral – juntamente com os Chefes da Polícia Civil. Quando adentramos, em volta do Secretário, uns 10 Delegados – Superintendente e Assessores; pela PM, eu e o Cel. Coutinho. Então, iniciada a reunião, um dos Delegados – o Chefe da COSEG – Conselho Estadual de Segurança Pública – meu velho conhecido, começou a folhear o Manual de Procedimentos ROTAM, todo marcado e sinalizado. Elogiava minha experiência de Delegado de Capturas, ao mesmo tempo em que tentava demonstrar que a tropa criada para iminente lançamento – ROTAM – tinha por escopo usurpar atribuições exclusivas da Polícia Judiciária. Juntamente com o Cmt. Geral – oficial com Cursos na Gendarmeria Francesa, pós-graduação em Criminologia na Universidade de Paris e na América do Norte – desmontamos a tese extraída indevidamente de nosso Manual, discorrendo, para o Secretário de Segurança e os dignos Delegados que o assessoravam, o conceito de Polícia de Patrulha nos EEUU, Inglaterra, França, Espanha e demais países desenvolvidos: esta só entrega ao corpo de investigações o delito misterioso; normalmente, o patrulheiro, que recebe os dados do delinquente, pode identificá-lo até pelo modus operandi, rastreá-.lo e prendê-lo de imediato. Ao final, o Secretário de Segurança, sem argumentos, propôs uma solução conciliatória: a Polícia Civil lançaria, na mesma data e local, as Rondas Operacionais Especializadas-ROE. Discretamente, o CG consultou-me, e eu concordei.

Descendo do terceiro andar do antigo prédio da Segurança Pública, o Cel. Coutinho interpelou-me: - “Klinger, eu não ia permitir esse absurdo de ROE, mas você concordou, colocando-me num cinto justo. Respondi-lhe: - “Fique tranquilo comandante; essa turma está improvisando, não sabe fazer polícia de patrulha; não é concorrente; vai desmoronar-se em pouco tempo”.

Numa manhã, em 04 de fevereiro, as 09h00, 4ª feira,1981, estávamos formados e bem alinhados, ao lado de nossas exuberantes 20 viaturas (todos de Boina Marrom – a Cia ROTAM, o Cmt. do BPChq, TC Klinger; o Sub.Cmt, Maj. Amauri; o P/3, Cap. Lacerda e toda a assessoria.), em frente ao Prédio da SSP/Cmdo Geral, na Praça da Liberdade. Ao nosso lado, 10 a 15 viaturas da Polícia Civil: velhas, e algumas sujas, com homens, em maioria, barbados e gordos. A imprensa pululava. No topo da escadaria, as autoridades: Secretários de Segurança e Interior, cúpulas das duas polícias. Fizemos a cerimônia de lançamento, sirenes ligadas, continências de estilo e desfile. Estava lançada a ROTAM e, ao lado, sua concorrente, a ROE.

Iniciamos com força total. Poucos meses depois, nos foram entregues as 12 máquinas Honda, pilotadas por ases do motociclismo, da abordagem e do tiro. Quando desciam, tiravam os capacetes e colocavam a boina marrom. Os efeitos ROTAM vieram de imediato: redução dos assaltos e erradicação completa de tipos assustadores como assalto a banco e sequestro. Um a um, os assaltantes e traficantes iam sendo presos. Um lema espalhou-se entre a bandidagem: não enfrente a ROTAM; entregue-se, e sua integridade física será respeitada. Foi-se edificando a lenda dos BOINAS MARRONS. O Cmt. Geral entusiasmou-se e destinou-nos mais 28 carros presídio, ordenando que duplicássemos o efetivo, criando mais uma Cia ROTAM. Ordem dada, ordem cumprida. Chegamos a lançar numa só noite 48 carros, cada um com quatro patrulheiros, e mais duplas de motocicletas. A criminalidade da pesada perdia espaços, e cumpríamos o objetivo: inibir a vontade de delinquir. Os bandidos, para não cair em nossa rede, recuaram.

E a ROE?! Esfacelou-se. Em meados de abril/81, fomos avisados de que os Delegados e Detetives se reuniriam no Parque de Exposição da Gameleira para confraternização pelo fim da ROE. Compareci com a ROTAM-Comando e alguns patrulheiros. Um Delegado amigo, um pouco tocado pela bebida, agradeceu-me, dizendo mais ou menos isto: - “Cel. Klinger, nós estamos é atrapalhando; patrulhar é com vocês; continuem rastreando e mandando esses bandidos para nossas delegacias”. Batemos continência e nos retiramos, deixando os alegres companheiros à vontade.

Promovido a coronel, permaneci no BPChq até junho, quando passei o comando ao Ten. Cel. Tarcísio Rolino de Castro – oficial formado com nossas equipes de Delegado de Capturas no Vale do Rio Doce – que, como Subcmt. do 5º BPM, ajudara-me em 1980, através de operações conjuntas, a treinar os futuros patrulheiros ROTAM em incursões nos territórios da criminalidade.

Assumi o comando da RMBH, tendo o BPChq/ROTAM como minha principal força, recobrindo a “malha protetora”: conceito estratégico-tático de nossas operações para contenção da criminalidade. Nesse ínterim, o CPC, via BPChq, lançava os pródromos do patrulhamento aéreo com helicóptero cedido pela Helibrás para experiências. E, numa destas – simulação de assalto – o bravo Ten. Calcagno acidentou-se, tendo a perna amputada. Tempos depois, em 1986, criava-se o CORPAER, fechando-se a a malha protetora da RMBH.

Quando o TC Rolino passou à reserva, atendendo convite para chefiar a segurança da Mendes Jr. no Iraque, substituímo-lo por outro comandante da mesma têmpera, oriundo do Vale do Rio Doce (escola do lendário “Capitão Pedro”): Ten. Cel. Jairo Gomes de Oliveira.

Do comando da RMBH, assisti a evolução da ROTAM e a sedimentação de seu conceito. Era a tropa elogiada pelos Delegados da Delegacia de Furtos e Roubos – ponto de convergência dos assaltantes da pesada. A Superintendência da Polícia Federal confiava, de forma absoluta, nos trabalhos conduzidos pelos BOINAS MARRONS.

Nesse contexto, um símbolo ficou registrado e marcante.

Os delinquentes da pesada não ousavam enfrentar os BOINAS MARRONS.

As autoridades da Polícia Judiciária – tanto estadual como federal – apreciavam as ocorrências conduzidas pelos BOINAS MARRONS, que lhes traziam fatos concretos para fechamento objetivo das investigações.

O povo consagrou os BOINAS MARRONS como agentes eficientes, eficazes e efetivos das ações que lhe proporcionavam tranquilidade.

A década de 80 escoara. Em 1987, passei para a reserva. Parti para novos sítios em novas e desafiadoras atividades, nunca perdendo o liame com as polícias brasileiras. Assisti o ideal da ROTAM – os BOINAS MARRONS – implantados em outros Estados.

De longe, soube que o Batalhão de Polícia de Choque se desdobrara em novas unidades: Batalhão de Eventos, GATE (BOPE), Batalhão ROTAM e Cias Independentes. Mas!... A simbologia da BOINA MARROM, não obstante a adoção da boina preta para toda tropa da PMMG, se manteve. E esta tradição é preservada por antigos e novos servidores da tropa de elite.

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UM COMANDANTE VISIONÁRIO

Desde o 2º Semestre/1980, enquanto recrudesciam os assaltos violentos na RMBH, o BPChq estava com a tropa da futura ROTAM “engatilhada”. Porém, fomos retidos, por razões que não nos cabe questionar, no aquartelamento: treinando, treinando, treinando... Em dezembro de 1980, o Cel. Jair Cançado Coutinho é designado Cmt. Geral – Oficial de inteligência privilegiada e grande visão estratégica – chamou-nos e disse que queria ver a PMMG cumprindo seu papel: prevenir e combater a criminalidade, mormente a violenta, de forma eficiente e eficaz. Isto é, com resultados em favor da população. Falei-lhe de nossos planos, e veio o apoio imediato. Assim, nasceu a ROTAM. Mais tarde, no comando da RMBH, e a ROTAM expandindo e aniquilando a criminalidade da pesada, o visionário Cel. Coutinho apoiou decisivamente o Novo Conceito de Operação: Distensão da Malha Protetora e Recobrimentos Sucessivos. Era o golpe fatal na criminalidade. E o cidadão?! Coitado, quando pedia uma Radiopatrulha, o tempo de espera era 40 a 50 minutos. Nosso COPOM, anacrônico e obsoleto, funcionava em modelo sem nenhuma dinâmica: o telefonista recebia o pedido, registrava e colocava-o numa correia mecânica rumo ao sargento controlador das RP; este, com as figuras imantadas no mapa da RMBH, tentava localizar a viatura disponível. Em resumo: A RP, quando chegava, a “casa já tinha desabado”. O Cel. Coutinho achou aquele anacronismo um absurdo: Estado-Maior e CPC, com apoio da PRODENGE, estudaram o problema. Viagem de equipe a Washington; busca de um modelo moderno. Apesar da resistência de alguns setores defasados no tempo, vem o projeto do 1º Despacho Automatizado de Patrulhas, na América Latina. Inaugurado em janeiro de 1983, com a presença do Governador Francelino Pereira, Secretários de Estado e Comandos, implantou-se uma Nova Era, paradigma para todo o Brasil. O “Tempo de Espera” médio de 47 minutos, caiu para 7 (sete) minutos. As novas policiais femininas (Polícia Feminina implantada pelo Cel. Coutinho, também enfrentando resistências) assumiram o novo COPOM computadorizado, que foi copiado pelas polícias militares e civis dos principais Estados brasileiros.

Fui testemunha da história. Eis o meu depoimento. Todos os Comandantes-Geral que a PM teve, viveram seu tempo e cumpriram um papel relevante. Porém, os primórdios de 80, com a tecnologia avassalando e a explosão de uma sociedade ultra-exigente, impunha um chefe capaz de fazer rupturas e embarcar nas asas dos novos tempos. A PMMG o teve na pessoa do Cel. Jair Cançado Coutinho. Em dois anos e pouco de comando, assentou as bases da polícia do futuro. Orgulho-me de ter feito parte de sua equipe.

Klinger Sobreira de Almeida – Cel. Ref.

Presidente ALJGR/PMMG

e-mail: klingeralmeida@uol.com.br

NOTA 01: O Cel. Ref. Antônio Fernando de Alcântara – Acadêmico das Academias de Letras Cordisburguense e JGR/PMMG – é o grande pesquisador da história mineira, particularmente da PMMG. Falei-lhe que estava na dúvida sobre a data de lançamento da ROTAM – 04 ou 09Fev81. Dois dias depois, ele me traz recortes do Diário da Tarde de 05 de fevereiro/1981. Na primeira página, as viaturas enfileiradas na Praça da Liberdade, com a legenda: “A Secretaria de Segurança Pública implantou ontem, oficialmente, a Rotam-Rondas Táticas Metropolitanas (Página 20)”. Nessa página, sob a foto de alguns patrulheiros boinas marrons, a reportagem com o título - SEGURANÇA PÕE ROTAM NA RUA PARA COMBATER CRIME – que transcrevo:

“Desde as 9 horas de ontem, quando foi solenemente lançada, já está em operação em Belo Horizonte mais uma organização policial especializada no combate ao crime, principalmente os assaltos a mão armada, como fez questão de frisar o secretário da Segurança Pública, coronel Amando Amaral. A mais nova organização da polícia ganhou como sigla Rotam (Rondas Táticas Metropolitanas), e é constituída de 170 militares que treinaram durante dois meses para combater principalmente os assaltos. A organização vai operar com 18 viaturas e, ao lado de outra organização, Roe (Rondas Operacionais Especializadas), constituída somente de policiais civis, que já está em operação desde a semana passada, pretende tornar Belo Horizonte uma cidade mais tranquila, segundo Amando Amaral./Às 9 horas, tudo já estava pronto na Praça da Liberdade, em frente ao prédio onde funciona a Secretaria da Segurança Pública. Homens e viaturas, impecáveis, sob os olhares curiosos das pessoas, aguardavam a chegada, até o asfalto, do coronel Amando Amaral, que, simbolicamente, iria inspecionar a nova organização./Delegados, detetives, soldados e oficiais da PM também aguardavam a chegada do coronel Amando Amaral. O trânsito foi desviado em frente ao prédio da Secretaria da Segurança. Os comentários, como não poderiam deixar de ser, giravam sempre em torno da violência, tanto em Belo Horizonte como em outras cidades brasileiras./Poucos minutos depois das 9 horas, o coronel Amando Amaral apontou na escadaria do prédio, ladeado pelo superintendente da Polícia Civil Thacir Menezes Sia, pelo chefe do Departamento de Investigações, João Fonseca Perfeito, delegados operacionais e da cúpula da Polícia Civil, além do comandante da PM, coronel Jair Coutinho, do Policiamento da Capital, coronel Valdir Soares e diversos outros oficiais./Nesse momento, todas as sirenes das viaturas, tanto da Rotam como da Roe, tocaram ao mesmo tempo e os policiais ficaram perfilados e silenciosos. Fotógrafos, cinegrafistas de televisões e repórteres começaram a circular por entre as autoridades e o mais procurado para entrevistas era o coronel Amando Amaral, que afirmou: ‘A Rotam vai funcionar com 170 militares que foram especialmente treinados para combater assaltos, mas isto não impede que eles atuem também em outras áreas. Todavia, a prioridade da Rotam será o combate aos assaltos a mão armada. Ela é um desdobramento da Polícia de Choque da PM.’/Segundo Amando Amaral, a Roe (Rondas Operacionais Especializadas) da Polícia Civil terá a mesma finalidade e as duas organizações policiais vão trabalhar em conjunto. Cada viatura da Rotam (o total de 18) funcionará com um sargento e dois soldados que, por sua vez, terão um comando único dos capitães Rubim ou Renato, que vão se revezar./Além disso, as viaturas da Rotam serão tão bem aparelhadas com até um rifle especial, o “Riot Gun”. Isto sem contar com farta munição e uma bala especial calibre 12, que tem uma potência capaz de fundir o motor de qualquer veículo./As viaturas da Rotam terão ainda uma rede privada de rádios, que permite uma comunicação entre todas as outras, o que, segundo o coronel Amando Amaral, vai permitir a agilização da polícia em todos os locais em questão de minutos. A Roe, já em operação, está sob o comando direto do Superintendente da Polícia Civil, Thacir Menezes Sia./Durante sua conversa com os repórteres, Amando Amaral lembrou que não é a inflação e o custo de vida que estão provocando o aumento da criminalidade./-‘Que a inflação e o custo de vida têm alguma influência pode acontecer, mas não com a ênfase com que vocês estão dando a estes problemas. Eu pergunto, então, se um sujeito só porque ganha salário mínimo vai sair por aí assaltando todo mundo? Isto sempre vai acontecer. Uma pessoa vai querer ganhar sempre mais, e, como não tem preparo, acaba enveredando pelo mundo do crime.’/O secretário da Segurança disse que não queria comparar Belo Horizonte com outras capitais brasileiras, mas lembrou que o índice de criminalidade em Belo Horizonte é até pequeno. Um repórter então perguntou ao secretário se era verdade que muitas pessoas assaltadas deixam de registrar queixa com medo da polícia. Amando Amaral mostrou-se surpreso e afirmou: - ‘Isto nunca pode acontecer. Isto não acontece. Por quê ter medo da polícia se ela está aí justamente para proteger a população?’ Indagado sobre como andam as investigações para apurar os crimes de execuções em Belo Horizonte, ele respondeu:-‘Estão indo bem as investigações, mas por enquanto não podemos adiantar nada’. Ele rechaçou a afirmativa de que existem mais de 100 mortes com autores desconhecidos na periferia da Grande BH, dizendo:’Isto posso lhes garantir que não é verdade. Deve haver a metade de mortes misteriosas, mas se for polícia que está fazendo isto, o responsável será punido. O ser humano, qualquer que seja a sua condição, merece o nosso respeito’. O secretário do Interior e Justiça, Dênio Moreira, também acompanhou Amando Amaral e as autoridades civis e militares na inspeção dos policiais que integram a Roe e a Rotam.” (Sic)

NOTA 02: Notícia de imprensa tem seus desvios. (1) A afirmação de que a Roe “já está em operação desde a semana passada” era uma mera notícia inverídica para impressionar. (2) Por uma questão de estratégia, em face do ciúme que a ROTAM provocara, o Cmt. Geral Coutinho, bastante entrosado com a imprensa, deixou que o Secretário de Segurança assumisse o protagonismo do evento. (3) A ROTAM tinha 18 viaturas alinhadas, e duas, em reserva tática nas proximidades. (4) Os próprios Delegados sentiam que a Roe era uma ficção, como o foi.

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Klinger Sobreira de Almeida-Cel PM Ref.

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https://www.facebook.com/silviamotta.araujomotta

Silvia Araujo Motta
Enviado por Silvia Araujo Motta em 06/06/2019
Reeditado em 06/06/2019
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