Aos dramas

Sem teu jardim florir, bebo o desgosto

De não saber o que é o sabor de estar

A teu lado a um sol morto, e vivo, ou posto...

Sem tuas mãos aqui, vivo sem ar!

E o pensamento, enfim, a que me apego,

É vão e é o chão a quem voa, porque

Sem um trago dos lábios teus, vou cego!

(Ah, e o vate, quanto menos vir, mais vê!)

Pois que a vida percorra, a procurar-te

(E que azar, pois, se estás por toda parte...)

E estes versos que um Zéfiro desfolhe-os...

Mas co'esta voz no ouvido, um arrepio

Como não vir? E mesmo em tom febril,

Pra que melhor canção que a dos teus olhos?!

a 06-03-07