Último Sono

Como uma velha árvore sou,

Com folhas secas, galhos retorcidos,

Que depois de tantos anos vividos,

Junta as migalhas do que lhe restou.

O que aqui fez, os trancos que enfrentou,

Quantas missões e deveres cumpridos.

Os sermões, nem sempre compreendidos,

Foram palavras que o vento levou.

Mas os frutos que gerei vão seguir

As sendas do exemplo aqui deixado,

E honrarão meu nome e o meu passado.

Só este consolo me fará dormir,

No recanto pra onde for levado,

O meu último sono, sossegado.

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 27/06/2019
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