Lembranças na alma embalastes
Lembranças na alma embalastes vendo,
solitária na manhã que aqui clareia...
Com teus fios d'prata os ares ir tecendo,
branca uma lua que no céu inda vagueia.
Entre as brumas aos poucos foi morrendo,
como um círio triste no granito...
Fostes entre as brumas desaparecendo,
silente, na paz etérea do infinito.
Vagas longe do tropel das emoções,
dos loucos pensamentos, dos enfermos corações...
Dos poetas que na névoa vão serenos...
Por amar-te por isso que ficamos,
tristes, ao lembrar que um dia vamos,
e não mais o teu brilho nós veremos.