Ó tempo quando ouço tua voz nostálgica
Ó tempo, quando ouço tua voz nostálgica,
nesses vales que a lembrança vai ardendo...
Melancólica minh'alma eis que fica,
como o dia quando estás anoitecendo.
Vós que andas como eu vendo as urzes,
também sabes que no fim todo fadário...
Sendo alegre ou tristonho, entre cruzes
se encerra numa cova solitário.
Ai clarões febris da madrugada,
noites frias de terna solidão,
em que se via só a névoa p'la estrada...
Volte e arranque deste peito a melodia,
que encante este pobre coração,
entristecido com o canto d'agonia.