NOTTE (soneto)

O entardecer, que, em bulcões, o céu se enroupou

Já, com o vir da noite, a lua e as estrelas levantam

Tal um véu enlutado, o horizonte assim se enrolou

E os ventos escuros do cerrado nos galhos cantam

A estrela primeira, velando na sombra se mostrou

Radiante, em segredo, uma a uma se despontavam

Sem pudor, se despindo, palpitando, assim brilhou

Salpicando de prata a escuridão que musicavam...

Noive que aguarda o noivo, o céu espreita a lua

Em meio cálice luzidia, alva, de poesia e magia

A cavalgar na imensidão, e irradiando a rua nua

O noturno se espalhando, deixando o seu aroma

As nuvens ali perdidas, na noite sem um real guia

E o cerrado abrigado na treva em poética redoma

© Luciano Spagnol -poeta do cerrado

15/07/2019, 21’21” - Cerrado goiano

Olavobilaquiando

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 15/07/2019
Reeditado em 30/10/2019
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