6903- DEVER DO ESTADO-Retomar Comando dos Presídios. [90] Rastreando a Verdade - Noneto nº 153 - Soneto 6903 Por Silvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil Interação com Klinger Sobreira de Almeida

6903-DEVER DO ESTADO-Retomar Comando dos Presídios. [90] Rastreando a Verdade

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Noneto nº 153 - Soneto 6903

Por Silvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil

Interação com Klinger Sobreira de Almeida

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Presídio é questão geral vencida!

Condescendente Lei contém protestos.

Organizado, o crime é sem medida,

com proteção; efeitos são funestos.

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Ineficaz, a ação penal cumprida,

pede reforma, até em locais modestos;

salubridade, sem respeito à Vida,

más condições; os presos são inquietos.

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Circulação interna é bem intensa.

Armas e drogas chegam, sem guarida;

a corrupção existe, em força imensa.

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Cabe ao Sistema ver que está errado!

A solução viável tem saída:

_Presídio deve ser Dever do Estado.

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Belo Horizonte, julho de 2019.

Email: clubedalinguaport@gmail.com

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https://academiadeletrasdobrasildeminasgerais.blogspot.com/2019/07/6903-dever-do-estado-retomar-comando.html

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https://www.recantodasletras.com.br/sonetos/6701033

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Metodologia dos SONS fortes deste Soneto:

(*)Soneto-Clássico-sáfico-heroico; com sílabas fortes na 4ª, 6ª, 8ª e 10ª sílabas - Rimas: ABAB, ABAB, CDC, EDE; Noneto com 9 solos: jogral-teatral-toante-cantante-poético: CORO:Rimas: AACEE-somente uma voz com apenas 5 instrumentos musicais . SOLOS: Rimas: BAB-BAB-DC-D-9 vozes acompanhadas por solos de instrumentos musicais. (Noneto musical criado por Villa Lobos). (Noneto poético recriado por Silvia Araújo Motta). Mensagem conclusiva no 14º Verso (Último do segundo terceto).

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Mensagem do Cronista:

Prezados confrades e confreiras,

No Brasil dos últimos 30 anos vêm ocorrendo situações estranhas, senão absurdas, que colocam o mundo perplexo. Uma delas: o comando da maioria dos presídios estaduais. São presidiários, normalmente os mais perigosos, que dominam os estabelecimentos penais. Deles, saem as ordens para a violência do lado de fora. Para a execução, formam e comandam “exércitos de delinquentes”. O tema semanal da série Rastreando a Verdade, número 90, aborda o chocante problema e alerta. À apreciação: DEVER DO ESTADO →Retomar Comando dos Presídios.

Saudações Rosianas,

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Rastreando a Verdade (XC)

DEVER DO ESTADO →Retomar Comando dos Presídios

“Os 28 sequestros registrados em Minas pela Delegacia Antissequestro do Estado entre janeiro e junho deste ano foram coordenados por detentos da penitenciária Nelson Hungria, em Contagem...” (O Tempo, p. 31, 13/06/19).

A maioria dos presídios brasileiros, mormente os estaduais, transformou-se em QG do crime organizado. Do interior dos estabelecimentos partem as ordens para assaltos, sequestros, assassinatos, ataques a Delegacias/Quartéis de Polícia, destruição de equipamentos essenciais, incêndios de veículos e outros delitos de gravidade.

Quem determina essas barbáries? São os administradores de fato dos presídios: os líderes da delinquência. Aqueles que as forças policiais, com base em inteligência, esforço, dedicação e risco, conseguiram capturar e entregar à justiça.

Recolhidos aos presídios, os líderes gozam das benesses da legislação condescendente: intensa circulação interna; visitas em excesso, inclusive as de natureza íntima; convívio estreito com neófitos; comercialização de tóxicos; fragilidade do sistema de segurança; teias de corrupção... Erigiram um canal amplo e desobstruído de comunicação: abundância de celulares e carregadores; entrada e saída de bilhetes etc.

G1. globo.com/rs/rio-grande-do-sul: de 2015 a 2018, foram apreendidos 38.981 celulares nos presídios gaúchos. Isto é uma amostragem do que ocorre, com intensidade, em todas as Unidades Federativas. Os aparelhos adentram por estratagemas diversos, via visitantes, arremessos do exterior etc. Como painel de fundo, a gangrenosa figura da “corrupção”. Meios para emissão de ordens e orientações nunca faltam aos líderes.

Quem executa as barbáries determinadas pelos “comandantes” dos presídios?

Se, de um lado, as vulnerabilidades do sistema de execução penal tornaram os presídios QG do crime, de outro, ensejaram a criação dos “exércitos de soldados da delinquência”. Tropas constituídas de jovens que, nas ligeiras, mas inúmeras, passagens por prisões, foram catequizados e instruídos. Antes amadores e bisonhos, retornaram profissionais competentes da seara delituosa. Muitos, quando capturados em flagrante, usam essa “ficção de controle” denominada “tornozeleira eletrônica”.

Na ambiência social externa aos presídios, esses tenebrosos “exércitos” organizam-se hierárquica e funcionalmente. Existem “comandantes”; estado-maior de planejamento logístico e operacional; empresas estruturadas funcionam como fachada legal para lavagem de dinheiro e viabilização do tráfico internacional de armas e drogas.

Geografia atual do crime organizado: firme, sólido e dinâmico. A exemplo do México, já deu sinais de infiltração politica, via processo eleitoral. Apesar de alguns reveses diante das arremetidas da Polícia e do Ministério Público – instituições que nunca esmorecem – a estrutura não se abala; vive sob a égide da CF/88, plena de disposições benéficas ao infrator, e uma legislação penal complacente.

Alguns países do “Terceiro Mundo” já tiveram experiências danosas com a tolerância excessiva ao crime organizado, que se assenhoreou de regiões e infiltrou-se nos poderes nacionais. Em 2014, chamei a atenção para uma tragédia mexicana:

“Estado de Guerrero. Estudantes da escola de Ayotzinapa protestam na cidade de Iguala. A mando do Pref. J L Abarca e sua mulher Maria de los Ángeles, visando exemplar contra futuras pretensões a protestos, a polícia desceu o cacete nos estudantes e prendeu 43 deles, entregando-os aos traficantes que dominam o nefando, mas altamente rentável comércio.” 2019! Os pais estão à espera das cinzas de seus filhos, queimados por traficantes que, politicamente, dominavam a região da chacina.

Em suma, impõe-se à nação acordar para conter os desmandos da violência criminosa. Precisa trabalhar nas raízes que permitem a expansão delinquencial, conforme temos, iterativamente, expressado em nossas crônicas de alerta. V. g, no tema LXXXVI, focalizamos que o cerne da solução encontra-se no viés da Educação Integral. Porém, medidas imediatas devem ser adotadas como terapêutica de emergência.

Medida Primordial: RETOMAR O COMANDO DOS PRESÍDIOS. Esta ação é DEVER DO ESTADO. Responsabilidade compartilhada dos Poderes da República: Executivo, Legislativo e Judiciário. Não apenas na esfera da União, que, embora detenha a responsabilidade principal, não pode prescindir da atuação das Unidades Federativas, administrando eficiente e eficazmente os estabelecimentos penais.

Retomado o comando dos presídios, dar-se-á o primeiro passo na contenção da criminalidade violenta e organizada. Conscientizados os Poderes da República, certamente ações táticas e estratégicas serão desencadeadas. Esperança!!!

Klinger Sobreira de Almeida – Mil Ref/Membro ALJGR/PMMG

Silvia Araujo Motta
Enviado por Silvia Araujo Motta em 21/07/2019
Reeditado em 22/07/2019
Código do texto: T6701033
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