As Vozes do Morto

Ter medo pra quê na lívida beira

Na amorfa e austera pá do embusteiro

No sepulcro do caminho primeiro

No extrato dos vermes da campineira.

Passeiam no crânio na derradeira

Carcomem sorumbáticos o oleiro

Minhas carnes frias jazem no terreiro

Nas vísceras vis vermes na sujeira.

Um caixão de madeira que se desfaz

Na lápide um algarismo que faz...

O dano nos ossos do fêmur ao úmero.

Fétido abrigo da besta do número

Como na putrefação do presbítero

Carcomido o ser a míngua que jaz.

DR SMITHY

Dr Smithy
Enviado por Dr Smithy em 27/09/2007
Reeditado em 07/06/2008
Código do texto: T670863